Investigação

Contêineres eram abastecidos com drogas e produtos contrabandeados

Operação Ártemis, da Polícia Federal, prendeu dois servidores

Equipes da PF chegaram na sede policial com malotes e veículos apreendidos
Equipes da PF chegaram na sede policial com malotes e veículos apreendidos |  Foto: Marcelo Tavares
 

O esquema com o tráfico de drogas e desvio de produtos contrabandeados alvo da Operação Ártemis, da Polícia Federal, nesta quarta-feira (17), foi tão bem arquitetado que nem mesmo o remetente e o destinatário que enviavam suas mercadorias para fora do Brasil, sabiam que esses tipos de produtos eram incluídos no mesmo contêiner.

Leia+: Operação prende servidores federais por tráfico no Rio

Segundo as investigações, empresários do ramo de exportação e importação de produtos estão envolvidos com o esquema criminoso. O grupo atua no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os membros do Rio, são responsáveis por produtos contrabandeados. 

Delegado Ivo Roberto Costa contou que eletrônicos eram contrabandeados da China
Delegado Ivo Roberto Costa contou que eletrônicos eram contrabandeados da China |  Foto: Marcelo Tavares
 

"Eles facilitam a liberação dos produtos que chegavam, alguns deles, eletrônicos contrabandeados da China", disse o delegado Ivo Roberto Costa, superintendente regional da PF.

Os membros de São Paulo ficavam responsáveis pelo tráfico internacional de drogas. 

No Rio, dois analistas tributários da Receita foram presos
No Rio, dois analistas tributários da Receita foram presos |  Foto: Marcelo Tavares
 

No Rio, dois analistas tributários da Receita foram presos: José Guina, em Campo Grande; e Jorge de Jesus, no Recreio. Ambos municípios são da Zona Oeste. Eles estavam afastados das atividades, após serem avaliados pelo mesmo médico.

O servidor público Jorge de Jesus, chegou na sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, às 10h30. Ele, que é analista tributário da Receita, entrou no elevador sem se defender das acusações. O outro preso, José Guina, não havia chegado na delegacia até às 10h45.

Equipes da PF chegaram na sede policial com malotes e veículos apreendidos. Segundo as investigações, as drogas saíam do porto e eram vendidas para diferentes clientes na Europa, um deles era as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, também conhecidas como grupo terrorista.

As ações ocorrem nos municípios do Rio de Janeiro e Itaguaí, no RJ; Santos e São Vicente, em SP; Belo Horizonte, em MG; Vitória, no ES, e Maceió, em AL.

O objetivo era cumprir dois mandados de prisão preventiva e 31 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, em residências, empresas e escritórios vinculados à organização criminosa. Além das prisões e buscas realizadas, foram sequestrados bens e valores que ultrapassam o montante de R$ 30 milhões.

Carga incluída em contêineres 

Delegado João Garrido disse que os materiais foram apreendidos em empresas e nas casas dos alvos
Delegado João Garrido disse que os materiais foram apreendidos em empresas e nas casas dos alvos |  Foto: Marcelo Tavares
 

Conforme as investigações, a carga contrabandeada eram incluídas nos contêineres após serem abastecidos com outras mercadorias legais. Quando chamavam no destino, diz a PF, outros comparsas retiravam os materiais ilícitos e a carga normal era entregue ao destinatário.

Ainda segundo as investigações, da mesmo forma, os membros utilizam a tática para importar os materiais ilícitos para o Brasil.

"A cooperação foi fundamental para a operação, foram apreendidos veículos de luxo, tiveram dois presos. Os materiais foram apreendidos em empresas e nas casas dos alvos", detalhou o delegado João Garrido, da Delegacia Regional de Investigação.

< Influenciador morre aos 32 anos por complicações da Covid-19 CS:GO: luta por vagas no Major Rio tem times de Paquetá e Casemiro <